«Transportando carvão e pessoas da mina do Fojo para Germunde,
passando por Pedorido»
«A POBREZA REINOU ENTRE OS MINEIROS, MESMO QUANDO O CARVÃO VALIA OURO»
A vida de mineiro era uma vida árdua mesmo no auge das minas de carvão nas Terras de Choupelo, Fojo e Germunde.
Era uma miséria, ganhava-se muito pouco. Com o mísero ordenado e o número elevado de filhos levava a que os mineiros se mantivessem sub-alimentados, não raras as vezes que uma sardinha dava para três. Era o único local onde havia emprego e que dava alguma segurança de sobrevivência miníma do agregado familiar.
Foram muitos os homens que conheci e que rápidamente foram apanhados pela selicose. davam aquilo a que chamavam prémio e para lá da medição normal que teriam de fazer para ganharem o dia na tentativa de amealharem mais alguns tostôes lançavam-se ao prémio. Era esta benesse traiçoeira que levou muitos a que pagassem uma tremenda factura por esses míseros tostões.
Falar das casernas dos chamados malteses que vinham de outras terras ou melhor dos concelhos limitrofes, aqui passavam a viver sem o minímo de condições. já que ali tinham de permanecer já que lhes não restava outra alternativa.
Conheci e vi as condições em que viviam e depois de um dia de trabalho a tentativa de conseguirem algum dinheiro de prémio e terem de lá chegar e cozinharem era complicadissimo, já para não falar do frio que de inverno se fazia sentir e de Verão o Calor. Esta Gente sofria a dobrar.
Muito Jovem entrei para trabalhar nas Crivas em Germunde, de Verão normalmente era seleccionado para vir carregar Camiões de Carvão.