sábado, 16 de janeiro de 2010

Junta Freguesia da Raiva = Festas Parte Três

OS Sinos no S. Domingos da Queimada (da Serra) 
Com a devida Vênia António Lopes Ribeiro e João Villaret
OS SINOS DA TORRE

Os Sinos da Minha  Aldeia S. Domingos
Tocam os sinos da torre da Igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja
Vai passando a procissão
II
Mesmo na frente marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó; popó
III
Olha os Irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tantas sobrancelhas.
IV
Ai que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu um asa
V
Pelas janelas as mães e as filhas,
As colchas ricas formando o trofeu
E os lindos rostos por t´ras das mantilhas
Parecem anjos que vieram do ceu
VI
Com o calor o prior aflito
E o povo ajoelha a passar o andor
Não há na aldeia  nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor.
VII
Tocam os sinos da torre da Igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão
Na nossa aldeia que Deus a proteja
Vai passando a procissão

Capela do S. Domingos da Queimada (Serra)
Não fossemos ser perdoados pelos pecados cometidos em criaça  e se o houvesse estava lá caído.
O Inferno:
    Desde que me comecei a conhecer,o mesmo que os outros aqui da minha aldeia, conheciamos o inferno, primeiro que nos conheciamos a nós. 
  Este inferno era tal, que eramos castigado por utilizar o rio, que era um privilégio de que desfrutavamos, pois  tão pouco sebemos se fomos feitos em cim dele, tal era o movimento nesse tempo de os nossos progenitores  serem pescadores,  fosse de Verão ou de Inverno, era normal andarem em cima dele.
    Era o inferno, porque havia peixe, como tal uma outra paixão, era fazer redes. Mas para as fazermos, necessitavamos de ter linhas, para as ter, tinhamos de roubar os carros que as nossa mães tinham para coser as roupas (remendarem).
    Haviam  pedras debaixo de àgua, debaixo das pedras, haviam as locas (cavidades), ali se metiam os peixes, para os apanharmos tinhamos de ir ao rio e mergulhar. Por tal atrevimento lá estava o inferno à noite em casa.
 Havia a fruta, mas tinha dono, se lhes pedissemos não nos davam,ainda para eles e filhos, era pouca. Mas o melhor quinhão era nosso, certo que  para isso, tinhamos que a roubar. Eramos vistos, lá estava o Inferno.
 Havia a Escola, mas havia os Jogos, para ir aos jogos, tinhamos de faltar ou fugir da escola. Por tal faltas lá estava o Inferno. Ao fim do dia eram tantos os pecados que o Inferno estava certo.
Para nos livrar desse inferno contavamos com um salvador.
     Então aqui entrava o S. Domingos.
    Poucos eram os dias, em que virado para ele (já que se avista bem da minha aldeia) não lhes pedissemos para nos livrar desse Inferno e até prometíamos boas ofertas, (mas como podia se eram tantos os pecados mortais). Mas mesmo assim, umas vezes ele atendia -nos, outras não.
      Mas também não tinha porque o fazer, eram tantas as promessas, mas nunca nenhuma era comprida.
     Fomos educados a que havia o Céu o Pergatório e o Inferno. Mas não havia lugar nos dois primeiros.
      Cedo começavamos a ir à festa no dia 4 de Agosto, e no dia 7 de Setembro e muitas vezes no dia 8 que era o dia da festa da Senhora das Amoras para os de Oliveira do Arda, mas a esta nunca pediamos nada, porque acho que ela nunca gostou nem de pedir nem de trabalhar, por isso nunca ganhou  grande dinheiro em promessas e não fosse o S. Domingos ganhar bem e desse ganho vir cá para baixo e as festas seriam medíocres. Mas no meu caso  lá ía no sete e por vezes no dia oito, porque a minha mãe fazia anos  a oito e gostava de lá ir nesse dia , porque era devota da Senhora das Amoras.

S. Domingos da Queimada, não houve milagre

 O Castigo da Melância no S. Domingos
    Andava a rondar os meus sete anos, e a minha mãe tinha decidido ir à Festa para comprar uma melãncia, talvez por andar grávida de algum irmão meu, pois no  tempo um desejo de gravidez era escrupulosamente cumprido, não fosse a criança nascer augada.
     Por qualquer motivo não lhe era posssivel ir, disponoibilizei-me, e fui pedir ao Fifas se me acompanhava, que como de costume logo se disponibilizou, a minha mãe não ficando muito convencida do que lhe diziamos que iriamos cumprir rigorosamente, mas por falta de alternativa lá concordou, atravessou-nos para a outra margem e lá fomos ao S. Domingos,  vá de comprar e carregar a respectiva e grande melância.
     Estavamos a cumprir rigorosamente, com aquilo que tinhamos prometido, mas por obra do caneco quando já vinha mais ou menos aoo meio da encosta, em caminho pedregoso,  com ela à cabeça, escorreguei e ficou desfeita em bocados.
 Cabisbaixos, lá viemos de mãos a abanar.
 Já sabiamos que não tinhamos desculpa, pois nem a Ti Rosa mãe do Fifas, nem a minha Mãe acreditariam na história, mesmo sendo ela  rigorosamente verdadeira.
     Chegados, lá entranmos no inferno e apesar de o ocorrido ser pouco abaixo de Santo, nesse dia nerm ele nos valeu.
     Não lhe ficamos a querer mal,nem podiamos, pois no dia seguinte e por outro motivo qualquer, sabiamos que vol.tariamos na precisar dele, e poderia ser que ele nos valesse. Também se calhar não nos ajudou, porque deviamos-lhe tantas promessas, tinhamos estado lá nem uma palavra, pois o fifas era outrro Ireje como eu.

     

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