sábado, 14 de novembro de 2009

Moinhos e Moleiros!




Ousam dizer certos Cristãos, «O Futuro a Deus Pertence».
Sem procurar fazer futurologia, mas admitindo que em tempo de crise e que nesta dita chamada crise provocada para servir interesses priveligiados de uns quantos, fácil se torna prevêr, que o chamado pé descalço terá de tomar em mãos inciativas que visem garantir um sustento minímo, o qual lhes permitsa viver num futuro próximo com dignidade.
Para aqueles que como eu, que já contam com umas décadas de existência, e que já vimos do tempo em que a hoje Freguesia de Rio Mau se abastecia por farinhas de milho, moídas nos moínhos que se encontravam ao longo das suas margens (seu Rio, o Rio Mau). Mais concretamente na Estivada de Baixo, e onde hoje ainda se encontram lá alguns moínhos, apesar de já estarem em ruínas, se este artigo se mantiver nos primeiros lugares juntar-lhe-ei fotos que atestam essa ruínas.
E quem sabe possam vir a ser um precioso contributo para que alguém decida fazer um investimento de forma a reconstruir uma pérola da Aldeia com Tradições Históricas. As histórias maravilhosas dos Tis Zé Marias e das Ti Marias,passando pelos seus filhos e sobrinhos alguns dos quais foram seus criados e guardam nas suas memórias recordações maravilhosas de valor incalculável que muito poderia contribuir para ajudar no futuro, que a continuar sem nada se fazer, não se prevê risonho.
E a dignidade Humana é o valor mais importante da vida a conservar. Sei por experiência própria que quem foi preparado para a vida, nunca se deixa vencer pela adversidade e o tempo de crise é sempre superado, e os efeitos negativos da crise menos sentidos.
Como na Estivada, em Casa do ti Zé Maria, dizia-se que um Moço preparado para a vida vale por dois. Conheci um dos seus Sobrinhos e Moço que se tornou meu primo por afinidade. Rapaz analfabeto, quando tinha os seus sessenta e cinco anos preparava-se para dar início a uma aprendizagem de ler e escrever, na Escola das Novas oportunidades, mas infelizmente uma doença incurável rápidamente lhe ceifou a vida.
Não sabia ler nem escrever, mas tinha sido ensinado com mestria a trabalhar e a ser honrado, escravo da sua palavra . A sua Caneta era a Enxada, foi essa enxada que sempre o acompanhou e foi juntamente com a sua Esposa, Filhos e Netos companheira inseparável quasde até aos seus momentos finais. Foi essa que lhe permitiu viver uma vida de honradez e dele fazer um Chefe de Familia Exemplar.
Viveu muitas dezenas de anos longe fisícamente dos Moínhos onde tinha servido em casa do seu Tio Zé Maria, mas era tal o amor que lhes dedicava que sempre que podia falava deles (Moínhos) com um amor e ternura contagiante.
Tive o privilégio que ele me acompanhasse a vê-los, levar-me junto dos seus primos para eles me darem os seus testemunhos e assim poder confrontá-los com o seu.
Conhecia apenas alguns dos Moleiros, a Égua e o Burro, mas após escutar os testemunhos, passei também a ficar contagiado pelo seu historial.
A partir de então, quase sem me aperceber tornei-me num curioso e passei a ler histórias de Moinhos e Moleiros, mas daquelas que conheço, não tenho dúvidas que a Estivada ombreia muito justamente com as melhores.
Não tenho a veleidade de ter obtido todo o seu historial, mas acredito que o Povo de Rio Mau, de Sebolido, Melres, etc., terras que eram abastecidas pelas farinhas que lá se moíam, certamente lhe juntarão outras histórias, e hoje graças á Internet, é possivel não deixar que se percam. Passados que quando registados, podem ser peças preciosas e instrumentais no futuro.
Logo que me seja possivel prometo desenvolver este testemunho.


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