quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os Olivais de Cancelos (Sebolido)!

A Foto Mostra dois Rebentos das Velhas Oliveiras em Cancelos Com Azeitona Boa e Abundante

LONGOS ANOS POR OUTRAS PARAGENS FOMENTARAM -ME ESTA ENORME PAIXÃO

«Um relatório da Junta Geral do Distrito, referente a 1855, refere o seguinte»
O maninho de Sebolido na extênsão de cinco quartos de Légua de comprido, por três quartos de largo, o qual produz Mato, Sobreiros e Oliveiras, sendo susceptivel de aumentar-se a sua arvorização.
Nesta data na Freguesia de Sebolido, próximo ao Rio Douro, há vários terrenos aforados identificados como Olivais.
Muitos são os relatos de aventuras e desventuras em que participaram pessoas que nos tempos mais dificeis do racionamento e manifesto obrigatório negociavam clandestinamente azeite, transportando em malas forradas interiormente a folha ou em pipas como de vinho se tratasse, movimentadas de noite pelos caminhos do monte sujeitos a todo o tipo de falsificações.
A penúria extrema pode nesta matéria, ser simbolizada pelos pobres que na quadra do Natal íam de porta em porta, pelas casas mais abastadas da Freguesia de Sebolido com uma garrafinha na mão pedir pelos fieis de Deus para adubar a frugal consoada.
(Nota:- Este procedimento foi continuado e manteve-se até aos anos cinquenta, onde eu cheguei a fazê-los durante alguns anos em criança).
Neste registo refere a existência de quatro lagares em Sebolido ( Quinta da Abitureira, Quinta da Moira, Casa Sá e Casa Rocha) e dois em Rio Mau, sendo que todos eles eram de atracção animal.
Na referência Lagares de Azeite de Penafiel consta o da casa Sá em Sebolido registo no ano1864.
O Lagar era constituído por Pio- Mó - Tarimba - Caldeira - Viragens - Ratoeira-Feixe - Sertã - Potos - Fuso - Concha - Tranca - Peso - Praça - Prensa e depósito de bagulho.
Os negociantes de Azeite foram mantendo-se e ainda nos anos de 1945 a 1951 existiam o José Pereira da Rocha, Jerónimo da Silava Martins, Manuel Lopes Gonçalves Amorim e Luisa Alves Ferreira da Rocha.
Com o desaparecimento dos Lagares em Sebolido pelos anos 50, o povo da Freguesia começou a levar a azeitona a moer para o Engenho na Quinta de Santa Cruz, cujo feitor o Ti Albino era de Cancelos e outros ouveram que o levavam ao Engenho de Azeite existente em Folgoso.

«TRANSCREVER DA MEMÓRIA DAS NOSSAS GENTES TESTEMUNHOS DO SEU PASSADO; SERVIRÁ PARA ENRIQUECER A HISTÓRIA A VIVER O PRESENTE E ASSIM MELHOR PREAPARAR O FUTURO»

O acima exposto assenta que nem uma luva em mãos calejadas de gentes do outrora motivado pelo trabalho árduo na Quinta da Abitureira decorria o ano de 1712.
Era então a Quinta da Abitureira, tal como Sebolido dois lugares integrados na Fregueisa de Canelas.
Não será desvendar nenhum segredo relembrar que a Quinta da Abitureira foi pertença da casta Nobre. Infelizmente e desde há muitos anos lançado ao total abandono. Lamentávelmente e quanto julgo saber sem que a nossa Autarquia procure saber a melhor forma de desbloquear aquela situação e que seja permitido a aquisição por alguém que a venha a adquirir e lhe dar vida de novo que sempre devia ter tido. A sua morte foi um crime horroroso.
Enquanto isso talvez relatar o seu passado , possa vir a contribuir para despertar atenções.

AZEITE PRODUZIDO COM ESMERO = GANHA PRÉMIO EM EXPOSIÇÃO AGRÍCOLA

Em 1857 uma dúzia de garrafas de azeite, produzido com esmero na quinta da Abitureira e enviada por Leonor Carolina Allen á exposição de 1857. (Exposição Agricola do Porto "Jornal da Sociedade Agricola do Porto" recebeu honrosos prémios.

Sem comentários:

Enviar um comentário